A série de TV “House” é uma das mais bem boladas da TV paga, e seu personagem principal, Dr.
House, propôs um novo estilo de herói: inteligente, irônico e ateu. Assisti a
vários episódios e tenho que admitir que suas tiradas são mesmo incríveis. O
enredo dos episódios são muito bem
construídos e às vezes a ironia do personagem central é tamanha que precisamos
assistir mais vezes para tentar entender o que aconteceu.
Hugh
Laurie é inglês e confessa ter sido difícil estrelar a longa série norte
americana, tornando-se o ator mais bem pago da TV na época.
Uma de
suas frases mais instigantes é: “Se você fala com Deus, você é um religioso.
Se Deus fala com você, você é um psicótico”. Esta é uma das frases que
merece resposta, pois pensando bem, atinge minha crença em
Deus e principalmente minha inteligência.
Um argumento em favor
da fé.
A crença numa divindade transcendente é universal. Está presente nas mais
sofisticadas sociedades capitalistas ou socialistas como também nas mais
primitivas.
Além disso a própria medicina tem reconhecido que a crença em “um deus” e a
pratica de “uma religião”, seja qual for, contribui para a recuperação da maioria dos pacientes. Chamamos de medicina “holística”, ou seja, cuidado integral
do paciente incluindo sua espiritualidade.
Além
disso, a crença em um Deus pessoal, como creem as religiões monoteístas
(Judaísmo, Islamismo e Cristianismo) prevê uma comunicação com Deus onde o fiel
fala e Deus ouve, e Deus fala e o fiel ouve. Sendo estas três religiões as
maiores (numericamente falando), teríamos que admitir que quase a totalidade
dos habitantes do planeta seriam psicóticos.
Temos outro bom argumento contra a ironia do Dr. House. Cientistas renomados
como Nicolau Copérnico, astrônomo (1473-1543), Johannes Kepler, matemático e
astrônomo (1571-1630), Galileu Galilei (1564-1642), René Descartes, matemático,
cientista e filósofo (1596-1650), Isaac Newton, gênio da mecânica e matemática
(1642-1727), Robert Boyle, químico (1791-1867) foram renomados cristãos cuja fé
não afetou sua inteligência, pelo contrário, a potencializou.
Ciência e fé.
Não podemos nos esquecer de
Albert Einstein (1879-1955). Embora
nunca tenha chegado a crer num Deus pessoal, reconheceu a impossibilidade
de um universo não criado. A Enciclopédia Britânica em um artigo sobre sua pessoa, diz: “Firmemente
negando o ateísmo, Einstein expressou uma crença no ‘Deus de Espinoza’, que se
revela na harmonia do que existe. Isto realmente motivou seu interesse
na ciência, como ele certa vez afirmou a um jovem físico: 'Eu não sei como
Deus criou este mundo, eu não estou interessado neste ou naquele fenômeno, no
espectro deste ou daquele elemento. Eu quero conhecer os Seus pensamentos, o
resto são detalhes'. O famoso epíteto de Einsten sobre o 'princípio
da incerteza' era que 'Deus não joga dados' - e para ele esta
foi uma real declaração sobre um Deus em quem ele cria. Uma das suas afirmações
famosas é: 'Ciência sem religião é coxa, religião sem ciência é
cega". ¹
Se House estiver
certo...
Se House estiver certo, grandes
reis como Davi e Salomão foram psicóticos, pois ouviram a voz de Deus. Paulo, o
apóstolo, cidadão romano e estadista cristão, um dos principais responsáveis
para que o cristianismo se espalhasse por todo mundo antigo e enfraquecesse o poderoso
Império Romano, era um psicótico. O que House afirma sobre a fé é tão sério,
que teríamos que atribuir psicose a Martinho Lutero, Madre Tereza de Calcutá,
Martin Luther King Jr. , Bispo Desmond Tutu e uma infinidade de cristãos que
entraram para a história como formadores de opinião e transformadores sociais.
Pensando bem, esta frase não me
impede de assistir e continuar assistindo alguns episódios da série, pois
inteligência instigante me atrai. No entanto, sua frase destacada neste artigo
é ridícula, inconsequente, falaciosa e maliciosa, pois, se pretende defender o
ateísmo que o faça de modo mais inteligente, pois chamar religiosos de
psicóticos, além de não ser politicamente correto, constitui-se numa blasfêmia
inominável.
“Antigamente, por meio
dos profetas, Deus falou muitas vezes e de muitas maneiras aos nossos
antepassados, mas nestes últimos tempos ele nos falou por meio do seu Filho”
(Hb 1:1,2).
“Eu, o SENHOR, não mudo”
(Malaquias 3:6).
“Jesus Cristo, ontem e hoje, é
o mesmo e o será para sempre” (Hebreus 13:8)