Nunca a bebedeira foi tão prestigiada. Celebridades estão se tornando garotos propaganda das cervejarias. O estigma de "cachaceiro" ou de "bebum" (como se dizia antigamente) não existe mais. Aparecer bêbado numa festa, seja num vídeo ou foto, é chic, dá ibope. Nas novelas de horário nobre, é comum aos protagonistas (na maioria mulheres), aparecerem num barzinho pedindo cerveja. Sem a menor parcimônia, passam a imagem de que beber em público é sinal de mulher resolvida, moderna, de bem com a vida. O que ninguém diz é o que vem a reboque nesta tal "liberação". O álcool é responsável por 60% dos acidentes de trânsito e aparece em 70% dos laudos cadavéricos das mortes violentas.
Mas pesquisas indicam que, em 20 anos, aumentou muito a proporção de mulheres alcoólatras no país. Era uma mulher alcoólica para cada dez homens. Agora é uma para cada três! O fenômeno preocupa por dois motivos:
a) A mulher é mais vulnerável ao álcool e tem problemas mais cedo.
b) A indústria de bebida tem investido em propagandas para elas.
Com mais mulheres bebendo, num efeito cascata, crianças passam a ser consumidores em potencial. De acordo com a última pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) entre estudantes do 1º e 2º graus, de dez capitais brasileiras, as bebidas alcoólicas são consumidas por mais de 65% dos entrevistados, estando bem à frente do tabaco. Dentre esses, 50% iniciaram o uso entre os 10 e 12 anos de idade.
Parece que o aleitamento materno está tendo continuidade com "a mardita", a "manguaça". Palmas para quem propaga, divulga e incentiva o consumo de bebida entre as mulheres.
Não estou insinuando que bebida é coisa de "macho". Longe disso. Mas acredito que será necessário parar, o quanto antes, com o marketing selvagem em torno da bebida ou seremos um país de alcoólicos em pouco tempo.
Até o Zeca Pagodinho fica de ressaca (!)
Por que ele não faz propaganda de água mineral???????????????????????
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