Em dois continentes, tragédias
diferentes com algo semelhante. Terroristas islâmicos querendo “endireitar” a
pecaminosa Paris com um mar de sangue e políticos brasileiros querendo “endireitar”
a distribuição de renda com paternalismo político e corrupção, sendo o desastre
da Mariana uma figura (ou parábola) nada engraçada da desgraça promovida pelo
governo Dilma.
O Rio Doce amarga com os
detritos da mineração enquanto a sociedade brasileira amarga com a inflação e o
desgoverno.
Paris amarga com a tragédia
covarde de um grupo religioso que não sabe o significado da palavra religião.
Amargor que, na boca da comunidade islâmica espalhada pelo mundo, consegue ser
ainda mais amargo.
Paris.
Quanto mais assisto na TV as
reportagens sobre estas tragédias, mas admiro Jesus de Nazaré. Quando
extremistas religiosos levaram uma pecadora à Cristo, usaram a Torá para
condená-la a morte, exatamente como o Alcorão é usado como pretexto para a
violência. Sem ignorar o pecado da
mulher, Jesus atinge a consciência de seus acusadores com a célebre frase: “quem não tiver pecado, que atire a primeira
pedra”.
Quem é o Estado Islâmico para julgar Paris como cidade do pecado e do vício?
Mesmo que seja, quem é o E.I. para condená-la e sentencia-la à morte e ao medo?
Jesus não inocenta a mulher, mas
não a condena. Após a retirada dos fariseus legalistas, acusados pela sua
própria consciência, diz Jesus: “vai e
não peques mais”.
Não olhe para Cristo como um
líder religioso. Ele não é. Não há fanatismo em Jesus. Não há moralismo
inconsequente. Ele não estende o dedo, nem para a mulher flagrada em adultério,
nem para os hipócritas religiosos que a acusaram. Ele evoca a consciência de
cada um. Ele age sem parcialidade. Ele age com cuidado, com amor, com perfeição
de Deus. Pois é O Filho de Deus.
Mariana – MG
O que chocou o Brasil não foi
apenas a morte de um rio de 880 km de extensão, mas a incompetência de uma
megaempresa, a incompetência dos órgãos fiscalizadores do governo e o descaso
que a mídia deu para a tragédia mineira
em relação aos atentados em Paris.
Segundo especialistas, serão
necessários muitos anos para que o Rio Doce volte ao seu normal, e isso com
emprego de técnicas sofisticadas de despoluição.
Onde vamos parar?
Os ambientalistas concordam
unânimes que o planeta está em convulsão.
Quanto mais assisto na TV
tragédias ambientais, mais reconheço a sabedoria profética de Jesus de Nazaré
que previu: “haverá sinais no céu e na
terra”. De fato “ a natureza criada
aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois
ela foi submetida à futilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da
vontade daquele que a sujeitou (o ser humano), na esperança de que a própria
natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra
para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza
criada geme até agora, como em dores de parto(Rm 8:19 à 22).
Cristianismo puro e simples.
Cristianismo não é uma
instituição, não é uma filosofia, não é um sistema, não pode ser comparado ou
encapsulado. Cristianismo é Cristo, a pessoa de Cristo, os sentimentos de
Cristo, a mente de Cristo imperando como Senhor Absoluto por meio de pessoas
imperfeitas que decidem aceita-lo como Filho de Deus, Deus Encarnado, e a única
esperança para a humanidade.
Clarice Linspector, em sua
maneira peculiar de lidar com as palavras, definiu: “Pecado é tudo aquilo que Cristo não fez”.
Há quem não acredite e para estes,
a sabedoria de Tomás de Aquino é apropriada: “Para quem tem fé, nenhuma explicação é necessária, para o que não tem,
nenhuma explicação é possível”.
Tragédias são ruins,
assustadoras, mas podem gerar um ambiente propício à reflexão acerca de nossa
vulnerabilidade, finitude, incompetência e carência de Deus. Tragédias também
costumam extrair o melhor das pessoas em solidariedade, fraternidade e amor.
De Paris à Mariana ou vice
versa, pensemos na vida, pensemos no outro, no que sofre; pensemos em nossa
própria desgraça, pensemos também, na graça de Deus, revelada em Jesus.
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