O paulista (mais precisamente, o paulistano) já protagonizou episódios de preconceito explícito contra nordestinos, assunto que voltou à tona após a reeleição da presidente Dilma. Seria a seca do sudeste, um efeito retaliador da natureza, tipo, aqui se faz, aqui se paga?
Sou paulistano "da gema", nascido na capital, mais precisamente na Avenida Nove de Julho. Criei-me nas movimentadas ruas do centro da capital paulista, meu principal passeio semanal. O que nunca compreendi muito bem é esse preconceito ridículo contra nordestinos.
Sempre achei estranho a generalização e o preconceito em São Paulo mais estranho ainda. Não importa o Estado de origem, para o paulista, todo nordestino é "baiano" e termos pejorativos como "baianada", são usados quando alguma coisa sai errada. Uma tremenda injustiça em relação a um povo trabalhador que ajudou a construir, não apenas o Metrô ou arranha céus, mas toda uma cultura da maior cidade do país.
Lembro-me quando a prefeita Luiza Erundina, de Uiraúna - PB, típica representante nordestina, elegeu-se para o cargo máximo da maior cidade da America Latina. O ego do paulistano foi atingido. Houveram várias manifestações com bombas e pichações. Não haviam ainda redes sociais, o que minimizou os efeitos da reação, mas no subconsciente coletivo do paulistano, isto nunca foi muito bem digerido.
Hoje, a situação, no sentido climático, está inversa. Ironia do destino. Será que nossos filhos (ou netos) precisarão subir num "pau de arara" e migrar para a terra de Luiz Gonzaga, numa versão pós moderna de "Asa Branca"?
Pois é. Cuspir pra cima é perigoso. Principalmente tendo como base o mapa do Brasil.
Esta falta de água em São Paulo, pode ser bem vinda, assim como, digamos: "um banho" de humildade.
Óxente.
Parabéns pela reflexão! Nunca tinha parado pra pensar neste tipo de preconceito! Realmente precisamos tomar cuidado com este tema, pois facilmente somos influenciados pelos esteriótipos impregnados em nossa sociedade
ResponderExcluirSim, eu presenciei este preconceito quando vivi em Sampa, e nunca me conformei. Hoje, esta explosão de preconceito é injusta, desproporcional e reveladora: revela um estado de empáfia e pretensa superioridade de um povo mimado, burguês, alienado da realidade do nosso país e que agora paga o preço de sua vaidade. Valeu filho.
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