A cultura do final do século XX e
início do século XXI é chamada de “pós-cristã”, pois, apesar dos conceitos da
fé cristã ainda serem inteligíveis ao ser humano moderno, já não são essenciais
para formação de sua cosmovisão. Muitos
acreditam que o ser humano já alcançou sua “maturidade” substituindo a
cosmovisão cristã por uma científica e empírica vinculada a realidade de que
não pode mais levar a sério os milagres bíblicos.
De fato, os milagres nos tempos bíblicos não constituíam um
problema para os cristãos quando procuravam explicar sua fé e relacioná-la com
a cultura ao seu redor. Os santos do passado eram, em grande parte,
intelectuais que defenderam a fé cristã dos ataques da filosofia. São
conhecidos como “pais apologistas”, pois se ergueram diante das criticas
defendendo a fé em Cristo como a verdadeira filosofia. Dentre eles, destaco
Agostinho, que declarou em sua obra CIDADE
DE DEUS, que milagres “não são eventos contrários à natureza, mas
contrários àquilo que é conhecido da natureza”. Nosso conhecimento da natureza
é bem limitado ainda. O que ele quis dizer é que milagres não são rompimentos
irracionais do padrão existente na natureza, mas apenas da parte conhecida
daquele padrão.
Além disso, cada milagre bíblico tem como propósito atrair a
atenção do ser humano para o amor e a glória de Deus, desviando temporariamente
sua visão limitada na vida cotidiana, direcionando seus pensamentos para os
atos poderosos de Deus. O que podemos conhecer de Deus, muitas vezes se
restringe ao conhecimento do poder de Deus em intervir na existência humana, em
seu próprio favor, para revelação da glória de Deus.
Infelizmente, alguns manipuladores inescrupulosos se levantaram
após o inicio da era televisiva (e agora digital) arrebanhando multidões
incautas para suas pretensas exibições de curandeirismo, tornando-se famosos e ricos,
escandalizando gente séria, de fé fundamentada e engajada, que não se deixa
levar pelo emocionalismo de suas reuniões catárticas.
Quando digo que acredito em milagres é porque me recuso a definir
minha fé como uma simples concordância intelectual acerca de algumas doutrinas
básicas ou de mera prática social relevante. Minha fé, em sua essência, está
entrelaçada aos milagres, que por sua vez se encontram na essência da fé
cristã. Cristo teve um nascimento virginal, fez paralíticos andarem, cegos verem,
mortos ressuscitarem. Transformou água em vinho, acalmou tempestades e andou
sobre as águas. Após sua morte vicária, ressuscitou sobrenaturalmente, ascendeu
aos céus extraordinariamente e voltará gloriosamente como nos prometeu.
Pensando bem, não há como ser cristão sem crer no Cristo das
Escrituras. Crer em sua ética, em seus ensinos e seu exemplo de vida.
Igualmente, não há como ser cristão duvidando dos milagres que ele realizou, (
e ainda realiza) pois são estes milagres que o diferenciam dos demais mestres e
avatares que surgiram ao longo da história.
Quando afirmamos crer em milagres, cremos nos que Cristo fez, por
meio da fé. Ninguém mais, em todo cosmos, realiza verdadeiros milagres, senão
Deus e o escolheu realizar por meio da fé em seu Filho Jesus.
“Jesus realizou na presença dos
seus discípulos muitos outros sinais miraculosos, que não estão registrados
neste livro. Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome” (Jo 20:30,31).
“Jesus Cristo é o mesmo, ontem,
hoje e para sempre” ( Hebreus 13:8).
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