"- Fé é fé, e pronto". Quem pensa assim, não sabe o que é fé.
Fé não é crendice, não é sortilégio, não é um "salto no escuro". Fé é confiança que molda nosso procedimento, nosso comportamento, nosso conjunto de valores e nos faz existir para fora de nós mesmos. Fé se baseia em fatos, em palavras, mas principalmente num objeto que julgamos digno de merecer nossa fé.
A fé não exclui o uso da razão. Pelo contrário, apoia-se nela e por ela aposta, acredita, investe, avança.
A fé cristã é fé em fatos relacionados a ação de Deus no cosmos. É fé inteligente, fundamentada, documentada e adubada por experiências que remontam séculos.
Infelizmente, em tempos pós modernos, a fé tem se tornado um objeto de consumo, engolida que foi pelo utilitarismo materialista, clientelista, imediatista. Hoje, ao se falar de fé, se fala em bem de uso e consumo, de ser "abençoado" num sentido animal, carnal, material. A fé tem perdido sua essência devocional, seu foco espiritual, sua raiz existencial que estende seus tentáculos em direção ao Eterno, Imaterial, Perfeito e Único.
A fé ortodoxa é a fé dos antigos, das experiências dos patriarcas, dos profetas, dos apóstolos, dos pais da igreja, dos santos medievais, dos monges em seus retiros, em suas clausuras, em suas meditações e orações contínuas. A fé ortodoxa moldou gerações, transformou culturas, mudou cenários políticos, implantou o Reino de Deus curando enfermos, expulsando demônios, salvando pecadores gerando comunidades de amor e misericórdia. A fé real cativou céticos, desconstruiu argumentações de ateus, desmontou sistemas pseudo teológicos e governou a razão, a ação e o desenvolvimento da humanidade.
Quem concebeu a fé? De onde ela emana? Quem a sustenta? Quem a propaga? Quem a protege?
"O autor e consumador da fé: Jesus de Nazaré" (Carta aos Hebreus 12:2 b - Bíblia).
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