O último capítulo da novela da Globo, AMOR À VIDA, protagonizou um divisor de águas na dramaturgia da TV aberta: o beijo gay.
Não discuto aqui a questão homossexual, mas alerto que esta cena é mais política do que artística.
É sabido que uma parcela de evangélicos tornou-se, nos últimos anos, opositores ferrenhos do movimento GLTBS. Digo "uma parcela", pois entendo que o cristão de fé protestante tem como princípio de vida o "amai o próximo como a si mesmo", onde a expressão "próximo" refere-se ao ser humano num sentido universal. Não levanta a bandeira "anti gay", pois esta bandeira não está disponível no cristianismo clássico. A não aceitação da prática homossexual, para estes, é uma questão de crença e não política.
"Uma coisa é a homofobia, que é odiar, agir com preconceito e violência contra quem não segue esse padrão de vida; outra é ser um cristão e não aceitar o padrão do mundo atual, em que o valor do prazer pessoal deve ser imposto como padrão absoluto para a sociedade e a família. Como cristãos temos que amar a todos, inclusive os que vivem fora dos padrões da Bíblia, e vivermos sob os princípios da Palavra de Deus, seja na questão da sexualidade ou sob qualquer outra área de nossas vidas" - Carlito Paes, blog da PIB de São José dos Campos (*).
Por isso afirmo que o alvo da Globo foi fazer o cristão evangélico se "desarmar" de sua aparente atitude "anti gay", por uma sinalização clara.
Primeiro sinal: nesta novela, teve-se o cuidado de não apresentar caricaturas de evangélicos, mas aspectos socialmente aceitáveis. Com isso a Globo intencionou trazer o "crente" para a sala de TV no horário de exibição.
Outro sinal, não menos importante, foi a aparente mudança de caráter ocorrida no personagem "Félix", brilhantemente interpretado por Mateus Solano. Fica evidente que, o que importa, é ser "boa pessoa", independente das práticas sexuais, sabendo que nunca somos bons o suficiente, diante da perfeição de Deus. Todos somos carentes da graça do Senhor.
Por último, o beijo ocorre no último capítulo onde autor e diretor carregaram no aspecto emocional, entremeando cenas de casamentos, reconciliações e festividades com a cena principal, que foi a reconciliação entre o pai, Cesar (Antônio Fagundes) e o filho (Mateus Solano), numa cena bucólica durante o por do sol.
Esta sinalização deve ser observada por todos os que acreditam na Bíblia como a inerrante Palavra de Deus, que criou o ser humano à sua imagem e semelhança, nos dizeres do Gênesis: "homem e mulher os criou". A não aceitação da prática homossexual deve ser encarada, repito, como uma questão de fé e não política. Deve haver respeito de ambas as partes.
Penso que esta questão ganhará cada vez mais espaço na mídia, exatamente no horário onde o povo brasileiro está mais relaxado, diante da TV. Numa sociedade democrática, a liberdade de expressão garante isso.
"Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos. É um conceito basilar nas democracias modernas nas quais a censura não tem respaldo moral" - Bruno Fontenele Cabral.
A mesma liberdade propalada pelo movimento GLTBS, é também direito dos que acreditam na Bíblia e a praticam.
A liberdade de opinião deve ser garantida, de ambos os lados, sem a famigerada militância, tão danosa ao convívio social.
(*) Carlito Paes - http://pibnet.com.br/portal/index.php?option=com_k2&view=item&id=243:o-beijo-gay-da-tv-e-sua-fam%C3%ADlia
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