Acho engraçado a forma como cristãos ligados ao movimento da igreja emergente, entendem a palavra "amor". Está cada vez mais acentuada a ideia de que "falta amor" nas igrejas (de um modo geral) e que "o amor está acima de tudo, inclusive da teologia e doutrina".
Algumas frases interessantes inundam as redes sociais: "A igreja é hospital, não tribunal". No meu ponto de vista, nem uma coisa nem outra. A igreja é agente do Reino de Deus e anuncia as boas novas de salvação. Agrega em seu seio os que "nascem de novo" pela fé. Poderia ser chamada de "berçário" ou "playgroud", de acordo com o Apóstolo Pedro em sua 1a. carta, capítulo 2, versículo 2.
Não quero dizer que não há problemas na igreja, e que o ministério cristão é exclusivo "ao mundo". Pelo contrário. O "uns aos outros" está embutido na comunhão cristã, onde devemos nos exortar e nos perdoar mutuamente. O que é inaceitável é a alcunha de "hospital". Essa analogia não é encontrada na Bíblia. A igreja é qualificada como "lavoura de Deus", "casa de Deus", "corpo de Cristo", e por aí vai. Não há menção da igreja como um conglomerado de mutilados, insanos ou enfermos.
Por outro lado, a crítica acusa a igreja de ser "um tribunal", onde uns estão julgando outros, disciplinando, expondo e excluindo, numa forma bizarra e anti bíblica de lidar com as "dificuldades" humanas.
Acredito que muitos abusos ocorreram e ocorrem ainda, onde homens autoritários, desconhecedores da legítima autoridade espiritual, mandam e desmandam sem critério, sem reflexão, sem fundamentação bíblica, machucando e prejudicando o desenvolvimento espiritual de muitos. Porém, os filhos de Deus, renascidos pela fé, prevalecerão, pois são "igreja gloriosa do Cordeiro". Não há nesta terra, uma "autoridade eclesiástica" que consiga impedir a obra de Deus na vida de seus filhos, renascidos pela fé.
Por outro lado, é missão da igreja, sim, exercer juízo em seu interior para preservação de sua santidade e da honra do nome de Jesus, a quem deve espelhar na terra (1a. Co 6). A igreja necessita exercer juízo em seu interior, para sua própria saúde espiritual. Os teólogos emergentes afirmam que o cristão deve seguir Cristo e não Paulo. Que o que Cristo disse tem que prevalecer sobre o que Paulo ministrou às igrejas.
Pois bem. Acho que Paulo foi, então, um bom seguidor de Cristo, pois foi o Mestre quem disse: "Se um irmão pecar contra você, vá a ele particularmente para que possa ficar frente a frente com sua falta. Se ele lhe atender e confessar, você ganhou de volta esse irmão. Mas se não conseguir, leve então um ou dois outros com você e vá a ele novamente, provando tudo quanto você diz por meio dessas testemunhas. Se ainda assim ele se recusar a atender, então leve o seu caso à igreja, e se a decisão da igreja for favorável a você, mas ele não aceitá-la, então a igreja deve excomungá-lo" (Mateus 18:15 à 20 - Bíblia Viva).
Igreja que ama, exorta, reprende, disciplina e, se necessário, em última instância, exclui. Se à igreja foi dado o poder de batizar (incluindo), também lhe foi dado o poder de disciplinar, (excluindo). Amar é isso.
A propósito, uma outra frase, também extraída de redes sociais, serve de contra ponto a frase analisada ao longo deste artigo: "quem poupa lobo, sacrifica ovelha".
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