Você deve ter ouvido algo parecido.
Devido a crescente onda de atentados em nível global, a intolerância religiosa
tem aumentado e muitos, temendo violência ainda maior, estão propondo um ajuste
fino entre as várias confissões ao redor do globo. Em tese, parece algo
interessante, mas não passa de uma versão religiosa da globalização. Um tom
pastel, sobrepondo nossa liberdade de escolha e decisão.
Trata-se de uma solução baseada no
medo. A verdadeira tolerância exige a diferença. Só posso ser tolerante com quem é
diferente. Não há necessidade de tolerância entre iguais. O que está por trás
deste ecumenismo é o desejo do controle total por uma minoria. Um controle
global de uma religião unificada é tudo que um “Hitler”, por exemplo, deseja. Adolf
Hitler unificou a religião na Alemanha, registrou igrejas e as que recusaram
ceder ao controle do Estado, foram lançadas na clandestinidade. Um dos líderes
da resistência cristã, o pastor protestante Dietrich Bonhoffer, deixou um
maravilhoso legado em seus livros e um exemplo de como toda e qualquer atitude
de unificar religiões debaixo de um só corpo de crença, é pervertida. Pagou com
sua própria vida, sendo executado pouco antes do fim da Segunda Guerra.
A ideia de que todas as religiões são
iguais carece de entendimento da história, dos dogmas, credos e formas de liturgia
e adoração que variam entre, aspectos semelhantes e outros
irreconciliáveis! Aláh , Krishna,
Buda, Cristo, não são a mesma pessoa. Não ensinaram as mesmas coisas. Não
viveram na mesma época. Não são expressões divinas de um único ser. Qualquer
pessoa inteligente, que conhece o mínimo de religião, sabe disso. Somos livres
e nossa liberdade exige liberdade de crença.
Como cristão, entendo que as
Escrituras Sagradas, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento, ensinam que Yawé
é o único Senhor e que Jesus Cristo é seu Unigênito Filho, a encarnação de
Deus. Também aprendo que devo amar meu próximo como a mim mesmo,
independentemente de sua religião. Tolerância social, sim. Tolerância
intelectual, não.
Pensando bem, os representantes das
religiões deveriam ensinar a seus adeptos, o amor ao próximo, o respeito às
diferenças de credo e liturgia e não buscar elementos unificadores que irão
restringir nosso principal direito: o de liberdade.
Pensando bem, as religiões deveriam
propagar suas crenças por palavras e exemplos e não por meios políticos e/ou
militares. Deveriam ensinar o respeito e ministrar aos necessitados que,
diga-se de passagem, são muitos: milhares, milhões!
Deveriam ser mais humanas no sentido
social e mais inteligentes no sentido intelectual, demonstrando desapego aos
valores desta vida terrena e anseio pela vida por vir. Mais sinceridade,
caridade e fraternidade. Menos ecumenismo, por favor!
sergiomarcosmevec@gmail.com
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