terça-feira, 30 de outubro de 2018

MERITOCRACIA: o que é isso?


       
A palavra tem sido empregada nas críticas com respeito às minorias, especialmente ao sistema moderno de cotas. Candidatos à universidade são alavancados as vagas existentes, não por sua nota (ou mérito), mas pela cor de sua pele. O assunto é polêmico, haja visto que vão apenas 130 anos da proclamação da Lei Áurea que instituiu o fim da escravatura no Brasil e esse método de aprovação pode ser um grande avanço em direção a uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto há quem discorde porque isso fere a meritocracia, do latim meritum, (mérito), unida ao sufixo grego cracía (poder), ou seja: o poder pelo mérito.
  Deixando a questão racial, pense no atual sistema de ensino onde o aluno não repete de ano. A aprovação acontece automaticamente. Estudou, passou. Não estudou, tudo bem! Passou também. Há alunos que tiram boas notas devido a sua inspiração e outros por pura transpiração. Alguns são dotados de uma mente ágil e poder de concentração. Outros vão para casa e ficam até as “tantas” “sobre” os livros para entender o que o professor falou. Eu sempre fui mediano e tive coleguinhas nos dois extremos.
Acredito que essa Escola “Inclusiva” não é tão preocupada, assim, com o “social”. Nivelar “por baixo” não é sábio. O estimulo ao mérito tem marcado as potências mundiais como China, Japão, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, França, Espanha. Deve haver um método inclusivo que não mutile a excelência nem castre a genialidade. Sabemos que há crianças que naturalmente se superam e surpreendem. Outras, porém, terão que ser estimuladas, advertidas. Penso também no professor. Se seu trabalho for bom ou mediano, tanto faz.  Aprovará todo mundo no final. Isso é altamente desestimulante...
            Acredito na necessidade de uma reforma no modo de pensar do brasileiro para que salvemos as próximas gerações. Diz a Bíblia que “a quem mais é dado, mais é exigido” (Lc 12:48), ou seja, quanto mais dotada for uma pessoa, mais a vida lhe exigirá. Isso é justiça.
Na parábola dos talentos, (contada por Jesus) o patrão que havia repartido responsabilidades a seus funcionários, “a um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu” ( Mt 25:15). Assim é a vida. Uns recebem bastante, outros nem tanto. Tive um colega de faculdade super dotado que além do curso que fazíamos juntos, estudava medicina e hebraico. No convívio com ele, fui estimulado a melhorar minhas notas, inclusive porque reprovei em Grego e ele não.
            Pensando bem, tratar pessoas diferentes de maneira igual, é injusto!. “E com muitas parábolas semelhantes lhes expunha a palavra, conforme o permitia a capacidade dos ouvintes” (Mc 4:33). Jesus agia assim: ensinava considerando a capacidade de entendimento das pessoas, que são diferentes. Um médico e um catador de laranja,são igualmente importantes para a sociedade. O médico explorou suas capacidades intelectuais com as quais foi contemplado ao nascer, enquanto o catador de laranjas emprega seu vigor físico e vitalidade no campo. O médico adquire laranjas no mercado próximo a sua casa sem saber que o catador de laranjas escolheu as mais maduras e nobres, colocou em seu alforje e passou todo o dia, levando-as ao coletor. Evidente que os catadores de laranjas deveriam ser melhor remunerados em relação aos médicos, mas o nível de responsabilidade de um médio com o catador de laranjas também é diferente.
            Receber reconhecimento por merecimento, enobrece o ser humano. Nisso, todos somos iguais.

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