segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Se a felicidade existe...??


Enquanto jovens, achamos que a felicidade está relacionada a uma vida de prazeres, riquezas e prestígio social. O tempo passa e a gente descobre que  correu atrás do tesouro errado e acabou morrendo na praia. Por que? A felicidade é um estado de espírito que independe de estímulos externos percebidos por nossos instintos naturais. Um boa noção do que isso quer dizer está na cerimônia do "lava-pés", onde Cristo lavando, inclusive os pés de Judas, volta a vestir sua capa, retornando ao seu lugar na mesa e fazendo a seguinte pergunta: “E aí? Vocês entenderam o que lhes fiz?” O Mestre não espera nenhuma resposta e acrescenta: “Vocês falam a verdade quando dizem que eu sou Mestre e Senhor. Pois bem, se mesmo mantendo tão alta posição, me rebaixei a condição de escravo, vocês devem também se rebaixar e lavar os pés uns dos outros”. Isso era algo totalmente diferente do que eles esperavam de um líder como Jesus. Mas quem ousaria questioná-lo? “Agora que vocês sabem esta coisas, felizes serão se as praticarem”(vs. 17) . Sim, foi o que ele disse: "serão felizes se..."
O que o Mestre dos mestres quis dizer é que a tal da felicidade depende de um relacionamento correto com Ele mesmo, na condição de Mestre (didáskalós - professor) e de Senhor (kúriós - dono, proprietário). Quer ser feliz? Admita que você ainda não entendeu a vida: sua dinâmica, sua trajetória, suas nuances. Reconheça que precisa de um "kúriós", um Senhor, um mentor que te guie pelos caminhos tortuosos do ser e do saber.
O que Jesus quis dizer também é que a felicidade está relacionada a um estilo de vida simples, descomplicado, de serviço humilde ao próximo. Para Cristo matar a fome de uma multidão de cinco mil homens (fora mulheres e crianças) ou ser aclamado na entrada triunfal de Jerusalém, não eram eventos mais importantes que lavar os pés fedorentos de seus doze amigos. Ser feliz é ser simples e serviçal, relacionando-se corretamente com o Senhor do universo: Jesus. Entendeu?

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Eu, Pedrão e o "lava-pés".



Tentei me colocar no lugar de Pedro, (o Pedrão da turma de Jesus), quando o Mestre fez que ia lavar seus pés. Imagine: o Criador do Universo ali, na minha frente, de cabeça baixa, com a bacia e a toalha. Incompreensível. A humildade de Jesus não tem comparação.
Assim como Jesus surpreendeu Pedro, as vezes me sinto surpreendido por Jesus. Aprendi a duras penas que, caso decidisse ser um seguidor radical de Cristo, passaria por experiências estranhas. Afinal, "quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?" (Rm11:34).Como Pedro, também estranharia. E caso Jesus insistisse, acho que também diria a mesma coisa: "Me lave então os pés e a cabeça". Bobagem.
Como Pedro, também confesso ter dificuldade de entender a limpeza espiritual. Num linguajar mais teológico, a tal da "santificação". Se Deus diz que perdoa, quem sou eu para duvidar? Sou humano, pecador e um tanto lento em aceitar perdão. Parece que temos que dar a Deus alguma compensação pelo presente da graça. Se é graça é de graça!
Como Pedro, acho que sou um tanto mandão, gosto de ficar no comando e Deus agindo em meu favor numa total inversão de posição: eu como senhor e Ele como Servo. Absurdo.
A lição do lava-pés está se tornando cada vez mais clara para mim. Posso até estranhar o que Jesus está fazendo em minha vida, mas preciso reconhecer minha necessidade de me submeter aos seus cuidados.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A mensagem "oculta" do "Lava-pés".

     Mais do que uma cena bucólica, mágica, e de grande conteúdo teológico, o lava-pés é um resumo teatralizado de tudo que Jesus ensinou. É como se o Mestre dissesse "se vocês não conseguirem se lembrar de nada do que eu falei, jamais se esqueçam do que acabei de lhes fazer"
     Com a bacia nas mãos e uma toalha ao redor da cintura, o Mestre abaixou a cabeça e se colocou na mais inferior posição da sociedade israelita de sua época: escravo.  Tal gesto foi insuportável para Pedro que reagiu. Em vão. Este gesto de serviço simples foi a maior lição já ministrada, em todos os tempos e lugares: quem não vive para servir, não serve para viver.
     No lava pés, Jesus serviu Pedro, o desleal; Tomé, o desconfiado; Judas o traidor. Não fez qualquer diferença. "Amou-os até o fim" (João 13:1b) ou seja, perfeitamente, sem qualquer interesse escuso. Serviu-os com humildade aviltante, despudorada, atrevida, lavando-lhes os pés. 
     Nestes tempos onde o cristianismo tem sido reduzido a um mero "encontro com Cristo", a lição do lava-pés se torna primordial. Quem não entende o "lava-pés" não entendeu a fé, nem o Cristo, nem a cruz, nem a mais simples manifestação de espiritualidade. Após enxugar o último calcanhar, o Mestre pronunciou as palavras que definiriam para sempre o caráter do cristianismo: "eu lhes dei o exemplo para que vocês façam como lhes fiz" (Jo13:15). Ou seja, Jesus incitou seus discípulos a amarem como ele amou, servir como ele  serviu e a  lidar com os "contrários" como ele lidou.
     Encerrou aquele momento dizendo que a felicidade, que tanto procuramos, depende (pasmem os senhores!), de praticarmos o "lava-pés": "Agora que vocês sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem" (João 13:17).
     Para ser um cristão, não basta um mero "encontro com Cristo". Necessário é, tornar-se seu imitador.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

CORAÇÃO VAZIO...

Uma sensação estranha. Falta algo, mas não se sabe o que é e nem por que. Eu já me senti assim, durante muito tempo. Cercado de gente, tinha tudo que queria, era o "arroz da festa" o "palhaço da turma", mas permanecia vazio.  Procurei soluções das mais variadas. Até pensei que um encontro com um ET resolveria. Enchi a cara. Viajei para longe. Me afundei nos livros. Fiz de tudo, mas lá estava ele... um buraco... clamando por preenchimento, uma alma sedenta suplicando por satisfação. Em vão.
Um ser humano, sem motivos aparentes, precisando de algo que não sabe o que é, vagando pelas ruas de uma grande cidade, acabou chegando ao desespero. Do alto de um viaduto, pensei em me jogar. Fantasiei ver meu corpo caindo sobre os carros lá em baixo e sendo jogado de um lado para o outro... Pensei em me atirar nos trilhos do metrô. Seria simples, rápido, quase indolor... mas e o vazio??? encontraria solução para ele???
Ganhei um livro. Livro não, uma Bíblia... é ... um livro... mas que não tinha interesse nenhum em ler. Folheei, guardei, tornei a pegar, folhear e guardar novamente. Mas depois que me deparei com a frase abaixo, minha mente começou a se agitar:
" Eu sou o pão da vida, quem de mim se alimenta, jamais sentirá fome".
Quem disse isso? Um louco? Se não for louco é um crápula. Quem ele pensa que é?
Foi na tentativa de responder essa segunda pergunta que voltei a Bíblia. Descobri quem disse isso e porque. Nunca mais fui o mesmo. O vazio? Sumiu! Não sei te dizer como, mas nunca mais me senti só, nem isolado, rejeitado, excluído.
Se você pensa que me tornei um religioso, engano seu. Fui preenchido. Milagrosamente. Num instante. 
Ainda procuro na Bíblia muitas coisas. Não religiosidade, mas VIDA. O que sempre busquei achando que a encontraria "do lado de lá". Mas ela estava, e está, do lado de cá.
Coração vazio? Nunca mais. 

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Um site para promover a infidelidade? E precisa?

Muitos ficaram pasmos ao saberem da novidade. Eu não. Afinal, que mais falta nesta sociedade pós-moderna?  A traição é tão antiga quanto andar para frente e não é por que existe um site especializado em ajudar pessoas a traírem que haverá mais traição daqui para frente. Quem é fiel e tem vergonha na cara, vai ignorar. Quem já tem antecedentes (ou tendências) a infidelidade, vai apenas se divertir um pouco mais.
O casamento está em crise à muito tempo, mas a crise conjugal tem ganhado força ultimamente por alguns motivos.
Primeiramente, o abalo das instituições. Num sentido geral, tudo que é  institucional, está sob suspeita. Vivemos no “reino do informal” desde aqueles chatos vendedores de livros que diziam: “ – é sem compromisso”. Lembra? Pois é, a ideia evoluiu para os “test-drive” e atingiu em cheio a família como um todo. Já não se casa mais.  Os que se casam, de papel passado e tudo mais, (coitados) estão apenas querendo “agradar a família” ou viver seus 15 minutos de fama, nada mais.
Em segundo lugar, a banalização do sexo. O que era algo misterioso, cheio de segredos a serem desvendados aos poucos está hoje escrachado, arregaçado, virado do avesso, explorado ao extremo, sem limitações. O principal produto no mercado é o sexo,  nos mais diversos tipos de embrulhos, para todo tipo de freguês que, quanto mais consome, mais deseja consumir. Poucos se apercebem que esta “liberação” tem um alto preço: a proliferação incontrolável da aids, um número monstruoso de abortos, pedofilia descontrolada e o aumento exorbitante de gente depressiva, vazia e destruída emocionalmente.
Além disso, tem a troca da espiritualidade pela religiosidade. Poucos conseguem definir a diferença, mas ser religioso não significa ser espiritual. O mundo de hoje, contrariando as sombrias profecias dos anos 1980, é bem mais religioso que antigamente. A religiosidade ganhou força nos anos 1990 e explodiu em crescimento no terceiro milênio. Mas a espiritualidade...ah... essa ainda anda em baixa. Por que? Ser espiritual é dar lugar a realidade íntima do espírito. É cultivar valores interiores, de caráter, moral, de  contemplação,  meditação,  relacionamentos maduros, profundos e sinceros. Demanda tempo com Deus e com o próximo. Na espiritualidade não há lugar para o egoísmo, o sexualismo, o materialismo, tão populares nos dias de hoje.
Resumindo: um site para promover a infidelidade, no contexto em que vivemos, não fede nem cheira. É mais um play-groud para desocupados, um espaço para gente imatura, infeliz e que curte “ferrar o outro” ao invés de ser coerente consigo, com o outro e com Deus. Errar é humano, está incrustado na natureza decaída. Dispensa qualquer incentivo. 
Um site para promover infidelidade? E precisa?

quinta-feira, 30 de junho de 2011

MEU ESPORTE FAVORITO: meditação.

" - Mas... meditar não é pratica esportiva. Você ficou louco?" dirá você. Acho que fiquei:  louco pela meditação. E olha que não tenho parentes orientais, nem fiz qualquer incursão pelo budismo, ou Hare-krishna. Descobri que meditava sem saber, e procurei me aperfeiçoar na coisa. E olha que estou gostando. Ler é pouco, muito pouco, O Melhor é meditar.
     Meditação é uma prática barata, exercita a mente,as emoções e faz um grande bem para a alma. Está fora de moda e parece só acontecer em retiros de cristandade, uma vez a cada cinco anos, quando as pessoas já estão tão estressadas que não conseguem parar para pensar. Aceleraram suas vidas e estão descendo a ladeira num "bonde sem freio" esperando o momento da colisão, da destruição.
     Parei. Talvez a idade tenha me levado a meditar. Aprendi que errei muito na vida por falta de meditação. Se tivesse me exercitado nesta arte, teria sido mais útil a humanidade, menos arrogante, mais simples, mais contemplativo, e consequentemente, mais, muito mais produtivo. Fazer o que? Antes tarde do que nunca. Hoje desisti de correr pra lá e pra cá como se a rotação da terra dependesse de mim. Vejo a vida com outros olhos. Estou mais aberto a prender do que quando sentei pela primeira vez num banco escolar .
     Mas não medito à toa. Tenho um foco, um alvo. Desejo crescer como pessoa, o máximo que puder, mas focado em quem me criou, me amou o suficiente para valorizar minha existência oferecendo-se a si mesmo por mim. Medito no que ele disse. No que disseram acerca dele. Amantes e críticos. Rumino devagar palavra por palavra, pois não posso deter o que leio na mente - isso seria pura perda de tempo. Informação é o que menos me apetece nesta geranção doida do "you-tube". Anseio transformação.
     Erra quem pensa que o meditativo é um "zen", alienado, ermitão. A própria palavra, em sua etmologia, não nos deixa enganados: medit - ação. Uma prática que nos leva a agir, a se mexer, a se exercitar, a sair e fazer acontecer, a se abrir,  tocar e ser tocado, estar entre pessoas, ouvi-las, ajuda-las e ser ajudado por elas. Ensinar e aprender junto com elas.
     Isso é meditar... e por isso é meu esporte favorito. E o seu?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

PARADOXO - Quem entende, vive.

Paradoxo. Significado: uma aparente contradição. Termo pouco usado mas de profundo significado para  quem deseja entender a vida como ela é.
   Este é seu caso? Não tem conseguido achar o fio da meada? Pois é. A maioria não consegue. Os que a gente pensa que consegue, estão  fingindo. A vida é estranha. É meio... "sem pé nem cabeça". Mas quando a gente entende os paradoxos da vida, aí sim, começamos a pegar gosto pela coisa.
    O primeiro paradoxo é: as vezes é melhor render-se logo do que continuar lutando. No Livro está escrito:     "se o grão de trigo, caindo na terra não morrer, fica ele só, mas se morrer, produz muito fruto". Se o grão luta, não morre. Resiste. Enfrenta. Combate. Mas quando se rende, morre. De dentro dele, misteriosamente, brota a vida. O renovo. A vida é feita de vitórias e derrotas. Aprender a render-se, quando necessário, é um grande aprendizado. A derrota consentida também é meritória e pode te levar a uma gloriosa ressurreição!
   O segundo é semelhante ao primeiro:  as vezes é melhor perder do que ganhar. Nem sempre quem vence ganha. O sabor da perda é amargo, mas o gosto amargo não fica para sempre na boca. Você pode ter perdido algo que julgava importante até perceber que existiam (e ainda existem) coisas até mais importantes do que aquela que você perdeu. Confundi? Acho que não. No Livro eu li: " Aquele que ama a sua vida, a perderá, ao passo que aquele que odeia sua vida neste mundo a conservará".
   O terceiro paradoxo é: procurar a insignificância pode ser o melhor caminho para receber honra. Como isso soa mal ! Nesta época em que cada um procura ser uma celebridade, a sua maneira, mantendo um blog, ou trocentos amigos no Face (ou  Orkut), falar em ser insignificante, ofende. Mas eu li no Livro que "a soberba precede a ruína e a altivez de espírito, a queda". Por outro lado, o  Livro também diz que "à frente da honra, vai a humildade". Foi ELE quem disse: "quem quiser ser o maior, seja servo de todos".
   Ah!  Os paradoxos da vida! Quem os entende, vive.
   Entendeu?


sergiomarcos@mevec.com.br


Livro CIDADE VIVA foi lançado em Santa Rita.

No ultimo dia 04 de Março, no Anfiteatro do Centro Cultural Mário Covas foi realizado o lançamento oficial do livro CIDADE VIVA de autoria d...